Juliana Vieira

  Se a felicidade existe, ela vem de um olhar que abraça nosso desejo de se encontrar. Aquele olhar que chega sorrateiro, inconfundível e às vezes perturbador. Se a felicidade existe, ela vem com uma alma que nos acolhe. Surge imprevisível e atende a exatamente aquilo tudo que, mesmo sem saber, sonhávamos. Se a felicidade existe, ela chega como quem não quer nada e nos arrebata assustadoramente. E nos encontra como uma tela em branco à espera de cores que se misturam, formando imagens despretensiosas. A paixão enebria e faz pulsar  emoções, sentimentos, verdades. Do azul do céu ao vermelho fogo existem milhões de matizes compondo esta sinfonia. Como diz o poeta, a arte não ama os covardes. E o amor é para os fortes. Confere algum significado às nossas vidas efêmeras. A estética dos corpos, a incoerência das palavras brincam de trocar certezas. Despertam sensações inimagináveis. Na intensidade do silêncio, a consciência é plena. Nos abstrato dos sonhos que se entrelaçam harmonicamente,

Desenho de Ulisses Teixeira feito para um cartão no meu aniversário Nestes últimos 30 anos, muitas foram as mudanças que a tecnologia trouxe para a Publicidade. Venho acompanhando tudo isso, desde os anos 90. Iniciei como Redatora em agências e tudo o que eu precisava era de uma máquina de escrever, papeis, canetas, errorex e ideias criativas. Ideias que saiam do papel para se tornarem peças gráficas nas mãos dos Diretores de Arte, vídeos ou spots nas mãos das produtoras. Diretores de Arte que iniciavam seus trabalhos com esboços feitos à mão e depois finalizam muitas vezes as ilustrações em aerógrafos. O caras tinham que ser bons mesmo. Não era tarefa pra qualquer um. Montagens com Letraset, depois o material ia para a confecção do fotolito antes da impressão. Aos poucos, tudo isso foi deixando de existir. Os clientes usavam a imaginação, acreditavam nas propostas visuais e esperavam semanas até tudo ficar pronto. Não existia esse "é pra ontem!". Não tinha c

Depois de ler umas verdades escritas pelo Bukowski, ao som da chuva que veio depois de mais um dia quente, penso no mundo de mentiras que vivemos. Farsas contadas no Facebook, imagens tratadas no Instagram, textos recortados no Twitter, conselhos e mais conselhos para uma carreira fantástica no Linkedin. Celebridades e subcelebridades que tentam mostrar uma vida que fingem viver, buscando seguidores sedentos por uma vida de glamour.             Já não enxergo tão bem quanto antes, mas como não perceber uma sociedade cruel e mentirosa que nos é mostrada a cada instante? Em cada esquina, vemos a proliferação de farmácias. Um negócio em plena ascenção num mundo doente, ferido, onde tudo é resolvido com uma pílula: a ansiedade, o sono, a depressão, a obesidade, a falta de tesão.             O remédio resolve tudo, a falta de alegria, a dor da alma e faz que todos tapem os olhos para a verdade interior. Porque perder tempo buscando a solução para os problemas sendo que co